A parábola do Semeador | Marcos 4:2-3


Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento. Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear | Marcos 4:2-3

 Introdução 

A primeira parábola do capítulo 4 do evangelho de Marcos é a Parábola do Semeador. A parábola do Semeador retrata o exemplo de um homem, o Semeador, que saiu a semear em um campo. Esse exemplo é interessante, pois remete muito a atividade da maioria da população da época. Na época a população trabalhava muito com o cultivo da terra e com a pesca. É por isso que Jesus usa tantos exemplos relativos a este tipo de trabalho em suas parábolas.

“O semeador semeia a palavra” Marcos 4:14.

Neste exemplo de Jesus nós, os que cremos, somos aqueles que ouvem a sua palavra. Quando a palavra de Deus é semeada em nossos corações ela pode ter várias consequências, dependendo do tipo de coração que temos quando recebemos a palavra. O semeador é aquele que lança a palavra a seus ouvintes. Não importa muito quem seja, contanto que a semente seja lançada.

 À beira do caminho 

“E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram” Marcos 4:4.

"São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles" Marcos 4:15.

O primeiro tipo de coração é aquele que fica "à beira do caminho". Quando a palavra não tem nenhum tipo de proteção as aves do céu tem liberdade para vir e roubar a semente que foi semeada. Interessante notar que esse coração fica em um local infrutífero. Quando andamos em trilhas percebemos que à beira do caminho nada cresce, pois este terreno é constantemente pisado pelos homens.

Este tipo de coração pode ser comparado a uma pessoa que não dá interesse as coisas de Deus, ou mesmo a alguém que refuta essa semente. Veja que neste exemplo a palavra nem chega a ser semeada, pois satanás vem e tira a palavra semeada. A pessoas que tem este tipo de coração recebe a palavra, mas não permite que ela nasça e se desenvolva, aí vem o diabo e rouba a semente.

 O solo rochoso 

“Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se” Marcos 4:5-6.

"Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam" Marcos 4:16-17.

O segundo tipo de coração é o solo rochoso. Quando a palavra encontra uma terra sem profundidade ela logo nasce, pois a terra é fofa e a semente penetra facilmente no solo. Entretanto, o que mantém a árvore firme ao solo é a sua raiz e por não possuir raiz esta semente não consegue crescer e logo se seca.

Este tipo de coração pode ser comparado aquelas pessoas que se convertem ao Senhor e ficam muito animados com a palavra no início da caminhada, mas por serem pessoas sem raiz não conseguem permanecer na comunhão dos irmãos e a semente não consegue frutificar. Para estas pessoas qualquer coisa é suficiente para lhes escandalizar, que significa que a maioria deles se afastarão do caminho da verdade.

 Os espinhos 

“Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto” Marcos 4:7.

"Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera" Marcos 4:18-19.

O terceiro tipo de coração é representado pelos espinhos. Este coração se representa pela semente que nasce e cresce, mas os espinhos não permitem que a semente se desenvolva e gere frutos.

Este tipo de coração é um dos mais comuns na Igreja do Brasil. Temos muitas pessoas que são convertidas de verdade, mas a maioria delas é infrutífera. Os cuidados do mundo, a fascinação das riquezas, as ambições e muitas outras coisas sufocam o poder do Evangelho da Verdade.

Por um lado este também é o motivo de vivermos em uma realidade cristã derrotada, pois os cristãos vivem em derrota. Mas por outro lado este sistema de derrota faz com que mais e mais pessoas vivam dessa forma, em derrota.

Não é a toa que João finaliza sua primeira carta com os dizeres: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" 1 João 5:21. Quando amamos qualquer coisa mais do que amamos Cristo, ou quando enfatizamos a nossa vida em qualquer coisa que não seja o Senhor, então somos escravos de muitos ídolos. Este é um problema grave, pois nos dá certa aparência de santidade quando, na verdade, não conseguimos a plenitude da Verdade e do Evangelho que servimos. No fim acabamos por nos tornar cristãos mornos e infrutíferos, que nada vêem e nada entendem.

 A boa terra 

“Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um” Marcos 4:8.

"Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um" Marcos 4:20.

O quarto e último solo é a terra boa. Este solo é representando por um solo bom que, ao receber a semente, frutifica e gera frutos.

Este tipo de coração é o coração ideal, pois frutifica. Na vida cristã o grande termômetro são os frutos que produzimos (Lucas 6:44). Na verdade podemos dizer que vida cristã sem fruto é o mesmo que árvore sem frutos, ou seja, não tem utilidade. Somos todos árvores plantadas pelo Senhor para gerar o fruto pelo qual fomos chamados. Cada um conforme o seu tipo de serviço em meio ao corpo de Cristo, assim como cada árvore conforme sua espécie.

A grande diferença para este solo produzir fruto é que além de ouvir a palavra, estas pessoas a recebem. A única forma espiritual de produzir bons frutos é através do ouvir a palavra e a receber. Este receber a palavra nos mostra uma realidade muito interessante. A vida cristã é ativa em muitos sentidos, mas quando falamos sobre o agir de Deus nós precisamos entender que como um bom solo eu preciso me abrir para que a semente possa alcançar a profundidade do meu ser. Se o meu coração é pedregoso ou cheio de espinhos, como esta semente pode frutificar?

 Conclusão 

Devemos nos abrir para que a palavra de Deus tome forma em nós. A única forma de produzir bons frutos não é através do muito saber, ou do muito fazer, mas devemos abrir o nosso coração para que a palavra de Deus tome forma em nós.

Eu pessoalmente não sei bem explicar como isso acontecerá, mas o Espírito nos esclarece em todos os sentidos e certamente te esclarecerá. Abra o seu coração. Abra a sua vida e testemunhe os frutos maravilhoso que o Espírito Santo semeará em sua vida.

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